Ao entardecer daquele dia
Ouviu-se de longe
Uma voz que dizia:
"Pai perdoa-lhes
Porque não sabem
O que fazem!"
Ao som dum violento açoite
Jorravam lágrimas de dor
Da carne sofrida saíam
Gotas sangrentas
Tingindo o corpo Do Senhor!
No rosto meigo
E ao redor da fronte
Duros espinhos fincaram.
Na pele sedosa do peito
Uma lança feroz Cravaram!
Ao acaso foi erguida
Uma tosca cruz
Com furor,
Na qual pregaram o corpo
De Jesus o Salvador!
Era já tarde,
A escuridão a terra cubriu.
Com grande estrondo
Um raio luminoso
De súbito surgiu!
O paraíso se abriu
Para receber Jesus
Que morreu para salvar
Até os que o feriram
E do pecado libertar.
Regina Godinho